data-filename="retriever" style="width: 100%;">O recente caso do gaúcho, "homem de bem", rico e com prestígio social, que foi ao Egito para tornar público e evidente seu verdadeiro caráter, mostra que não é fácil mudar o que está consolidado há séculos na forma como os homens tratam as mulheres. As mulheres, tanto no ocidente como no oriente sempre estiveram subordinadas aos homens e privadas de direitos assegurados ao sexo masculino. Esta subjugação da mulher passa pela violência psicológica e física.
No século passado, até a Constituição de 1988, as mulheres estavam vedadas de praticar determinados atos da vida civil sem o consentimento do marido. Ainda hoje mulheres são dependentes de seus companheiros e muitas vivem num estado de semiescravidão porque não têm como se sustentar, nem para onde ir. São submetidas a viver sob o tacão opressor masculino do pai, do irmão ou do companheiro.
Desde 2006, entrou em vigor a Lei Maria da Penha, que tem por objetivo coibir e punir atos de violência doméstica contra mulher. Entretanto, apesar do grande número de inquéritos e processos, ainda são poucos os casos que chegam à justiça. Muitas mulheres ainda não levam o caso à delegacia por medo das consequências e, inclusive, por submissão não compreenderem como graves as agressões que sofrem.
Contudo, é certo que a Lei Maria da Penha é um instrumento civilizatório, que não muda comportamentos por si só, mas aos poucos irá criando uma nova consciência a respeito da questão.
Há um tipo de violência que dificilmente gera inquérito policial e processo judicial, é a violência que não deixa marcas, não é física, é psicológica e geralmente não é vista como sendo uma agressão, mas é uma forma sutil de dominação, que amedronta, fragiliza e submete a mulher.
São muito raros os casos em que a violência psicológica é identificada pela mulher, ou mesmo por pessoas que convivem com ela.
A violência psicológica pode se apresentar de diversas maneiras, como quando a mulher é ameaçada, constrangida, humilhada, manipulada, permanentemente vigiada, insultada, ridicularizada, impedida de ir ou frequentar determinados lugares. Também pode ser violência psicológica a proibição de trabalhar fora ou, quando permitido, exercer controle financeiro sobre os ganhos da mulher.
Não é só. Desfazer dos atributos femininos da mulher, taxa-la de ignorante ou louca, dentre tantas outras possibilidades de afetar a dignidade pessoal da mulher e moldar seu comportamento.
Geralmente, a violência psicológica é a porta de entrada da agressão física, quando o ofensor encontra resistência ou "indisciplina" da mulher.
Daí a importância das mulheres estarem atentas para indicativos de dominação e de índole agressiva do companheiro. Esses são sinais de alerta para fatos mais graves.
Identificando sinais de opressão e/ou agressão à qualquer mulher é possível e recomendável a qualquer pessoa que ligue para o 180 e denuncie.
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